Saiba como avaliar a produtividade dos trabalhadores remotos

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Milhares de empresas em todo o mundo estão adotando uma cultura do home office. E por causa do contexto de pandemia, muitas delas o fizeram de maneira emergencial, sem nunca ter experimentado o trabalho remoto. Por isso, algumas dificuldades podem surgir no caminho, como a de entender os níveis de produtividade dos trabalhadores remotos.

Há, além disso, uma diferença substancial em ter alguns membros da equipe trabalhando remotamente versus toda a equipe trabalhando em casa — e esse é o desafio para o qual a maioria das empresas não estava totalmente preparada.

Alguns gestores começam a se perguntar: quando seus funcionários trabalharem em casa, eles serão disciplinados o suficiente para realizar o trabalho? Como saber se eles estão usando o horário de trabalho para os seus negócios? Eles são realmente menos produtivos trabalhando em casa?

Neste texto falaremos sobre como medir a produtividade dos trabalhadores remotos. Mas, antes disso, te mostraremos que é necessário entender as mudanças do cenário e começar a se fazer novas perguntas em vez das mesmas de sempre. Vamos lá?

Produtividade dos trabalhadores remotos: com o que se preocupar

O primeiro ponto a ser endereçado é a mudança de mindset das empresas, gestores e seus colaboradores. É verdade que mesmo no modelo de trabalho presencial algumas culturas nos negócios já vêm sendo repensadas. Os modelos de gestão se tornaram mais horizontais e dinâmicos. Mas no trabalho remoto a autonomia é ainda mais importante.

Com um funcionário trabalhando em casa não será possível saber o que ele está fazendo o tempo inteiro (e nem no escritório isso seria uma boa ideia, mas acontece). Portanto, a palavra de ordem é: confiança. Se você tem uma pessoa na sua equipe, por que não confiar que ela dará o seu melhor sempre? Confie que esse profissional está fazendo o que deve ser feito e preocupe-se em garantir que os resultados desejados sejam atingidos.

Um grande exemplo prático é o controle de horas. Isso, mais do que nunca, se tornou coisa do passado. Afinal, em uma realidade em que estamos todos em casa, com rotinas bagunçadas e cada colaborador com uma circunstância diferente, é praticamente impossível manter os mesmos horários que no trabalho presencial. Então, o ideal é medir a produtividade de acordo com as entregas — mas vamos falar disso com mais detalhes a seguir.

Horas trabalhadas versus qualidade da entrega

O que você prefere, uma pessoa que trabalha 8h por dia de maneira ininterrupta, no horário comercial, e tem uma entrega mediana ou outra que começa a trabalhar um pouco mais tarde, faz uma pausa durante o dia para descansar e depois volta, mas entrega um trabalho excelente? Aposto que a segunda, não é mesmo?

E claro, são situações hipotéticas e exageradas. Mas isso apenas para mostrar que dentro de uma empresa o que gera valor não são as horas trabalhadas, mas sim os resultados em que essas horas se traduzem. O que não quer dizer que a primeira pessoa não poderia ter uma entrega excelente ou que a segunda não poderia deixar a desejar. Apenas que os funcionários devem ser avaliados pelos que fazem e não por quanto tempo trabalham.

Avaliando a produtividade na prática

Mas, então, quais são as dicas de como avaliar a produtividade dos trabalhadores remotos da maneira correta? É isso que vamos ver a seguir.

Utilize o método do Google para medir OKRs

Todos sabem a importância de estabelecer objetivos e criar ações para chegar até ele. Para isso, devemos também acompanhar alguns números e métricas. Ou seja, é essencial ter metas que sejam facilmente mensuráveis e possíveis de acompanhar.

produtividade dos trabalhadores remotos

Grandes empresas como o Google (e nós, do BeerOrCoffee) usam o sistema de ORKs: objectives and key results, ou objetivos e resultados-chave. Explicando de maneira simples, ele consiste em um modelo em que se estabelece os principais objetivos dentro da empresa, usando indicadores de ações que vão contribuir para chegar nesse resultado.

Esse trabalho é feito de forma trimestral e cada setor da empresa tem os seus resultados-chave que contribuirão para alcançar o grande objetivo final e geral.

Por exemplo, se o objetivo da Coca-Cola é ser a maior empresa do mundo no setor alimentício, um resultado-chave pode ser a expansão para X países em que a companhia ainda não está presente. Para isso, o marketing tem como ações básicas construir campanhas para impactar esses mercados. E por aí vai… assim é possível calcular o crescimento do negócio, avaliar a produtividade e ainda identificar quais setores precisam ser aprimorados.

Preocupe-se com a saúde mental das pessoas

Parece óbvio falar isso, mas ainda há muitas empresas que negligenciam a saúde mental de seus funcionários. E isso é um grande erro, já que a produtividade está altamente atrelada ao estado psicológico e emocional das pessoas. Então, lembre-se de que é importante valorizar esses seres humanos e entender quais são suas necessidades.

Um estudo realizado por economistas da Universidade de Warwick descobriu que a felicidade levou a um aumento de 12% na produtividade, enquanto trabalhadores infelizes se mostraram 10% menos produtivos.

A felicidade aumenta a produtividade, também, porque leva a um maior envolvimento, de modo que funcionários felizes também estão mais presentes. Além disso, funcionários felizes são mais fiéis à empresa e tendem a permanecer mais tempo na organização.

Por isso, é necessário ouvir à sua equipe e entender quais são suas perspectivas, necessidades e desejos. Isso trará incontáveis benefícios, tanto para a empresa quanto para as pessoas que trabalham nela.

Utilize as ferramentas a seu favor

Se você acha que sua equipe está fazendo muitas reuniões no Zoom e tem pouco tempo de foco, há maneiras de resolver esse problema. A primeira delas é adotando o uso do Clockwise, uma ferramenta que oferece integração com o calendário do Google e mostra quanto tempo as pessoas estão ficando em reuniões e quantas horas possuem diariamente para, de fato, concentrar.

Ele permite que você tenha acesso às agendas da sua equipe e veja como estão os dias de cada pessoa. Além disso, sugere novos horários para os encontros, levando em consideração a organização do dia dos envolvidos para otimizar o tempo de foco. O Clockwise também tem integração com o Slack, mostrando sempre no seu status se você está disponível, em uma reunião ou ausente.

Outra ferramenta bastante útil é o Weekdone. Ele é utilizado para acompanhar as métricas da empresa, preenchendo os dados das já mencionadas OKRs.

Esses são alguns pontos de atenção para acompanhar a produtividade dos trabalhadores remotos. Se você gostou deste texto e quer se aprofundar ainda mais no assunto, não deixe de baixar nosso e-book gratuito com tudo que você precisa saber sobre o trabalho remoto. Nele damos dicas de diversas ferramentas e falamos ainda mais sobre os benefícios e desafios desse modelo de trabalho.

Geração Z: se atente às suas necessidades para atrair e reter talentos

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A força de trabalho evolui junto com o mundo. Na medida em que novos acontecimentos surgem, as gerações vão se adaptando e respondendo à sua própria maneira. Para empreendedores e gestores, o grande desafio é lidar com características tão particulares de cada grupo, como as que você vai conhecer, neste artigo, sobre a Geração Z.

Esses profissionais estão entrando agora no mercado, mas já estão causando um grande alvoroço. Suas necessidades são diferentes das apresentadas pelos seus antecessores, os millennials ou os membros da Geração Y, e mais ainda das gerações mais antigas.

Então, nas próximas linhas, você está convidado para conhecer melhor quem são os profissionais da Geração Z, o que eles mais valorizam e o que a sua empresa deve fazer para atrair e reter esses talentos. Confira!

Quem são os profissionais da geração Z?

A Geração Z compreende as pessoas nascidas entre meados da década de 1990 (alguns especialistas dizem que a partir de 1996) até aproximadamente 2010. São jovens que já nasceram em um ambiente tecnológico e que cresceram em uma sociedade já conectada.

Eles não têm uma vivência analógica e o que sabem sobre essa época foi aprendido na escola ou com parentes mais velhos. São mais ágeis em relação às mudanças e evoluções do mercado e da tecnologia e cultivam valores muito fortes que levam para a vida profissional. O trabalho remoto, por exemplo, faz parte do que é natural e estimulante para eles.

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Quais são os aspectos que a Geração Z mais valoriza?

Para entender melhor quais são as características que definem a Geração Z é importante olhar para os aspectos que mais valorizados em sua vida profissional. Confira 5 pontos abaixo.

1. Boa remuneração e pacote de benefícios

Pessoas da Geração Z têm um certo apreço pela remuneração que é maior do que o apresentado pela Geração Y, por exemplo. Não que eles sejam gananciosos, mas eles prezam pelo reconhecimento de seu valor para a empresa. Por isso, salários muito abaixo da média do mercado não os motivam.

Em relação aos benefícios, o valor monetário também é avaliado com mais atenção. A preferência será por pacotes que incluam um bom plano de saúde, vale-refeição/alimentação, vale-cultura, entre outros, que podem ter seu valor financeiro percebido com mais facilidade.

3. Feedbacks constantes e concisos

Outra questão que também está relacionada à valorização profissional é que os profissionais da Geração Z precisam de feedbacks constantes. Eles querem saber se estão no caminho certo, se podem melhorar em algo e se o trabalho está sendo bem-visto por seus líderes e colegas.

Além disso, eles demandam mais encontros com seus superiores para conversas diretas. Seja pessoalmente ou por meio de videoconferência. O ponto é que eles precisam desse momento para serem ouvidos e orientados.

4. Cuidado com a saúde, principalmente mental

Os millennials, ou Geração Y, sofrem até hoje com a síndrome de burnout, que é provocada pelo excesso de trabalho. De olho nisso, a Geração Z tem um cuidado maior com sua saúde física e mental.

São profissionais que trabalham bastante e dão o melhor de si, mas que também reconhecem seus limites e os respeitam. Dessa forma, eles se mantêm mais produtivos e motivados e evitam problemas em sua saúde.

5. Diversidades e valores da organização

Até alguns anos atrás, era raro encontrar uma diversidade grande dentro das empresas. Hoje em dia, essa é uma das premissas de qualquer negócio que pretende se manter competitivo no mercado, graças ao reforço vindo da Geração Z.

Para eles, é inaceitável que as empresas discriminem as pessoas por gênero, classe social, identidade de gênero ou raça. É uma geração que preza muito o senso de comunidade. Todos fazem parte de um mesmo grupo e devem ser bem recebidos e aceitos. Eles precisam encontrar esses fatores entre os valores da organização.

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Como atrair e reter os talentos da Geração Z

Diante de todas essas características, a pergunta que surge é: afinal, como atrair e reter os talentos da Geração Z em minha empresa? A resposta, vamos mostrar nas dicas a seguir. Acompanhe!

Ofereça salários mais atrativos para as posições estratégicas para o negócio

Nem toda empresa é capaz de pagar salários altos para seus colaboradores. Contudo, esse é um ponto muito importante para a Geração Z. Assim, é preciso adotar uma estratégia que permita a atração de bons talentos sem onerar tanto a folha de pagamento.

Nesse caso, você pode elencar os cargos que são mais estratégicos para o negócio. Geralmente, são posições que demandam profissionais especialistas e estão diretamente relacionadas com o produto ou serviço da empresa. 

Para esses cargos, ofereça uma remuneração mais atrativa. Em paralelo a isso, monte equipes com profissionais em etapas mais iniciantes na carreira para serem desenvolvidos internamente.

Otimize processos e implemente etapas de avaliação intermediárias

A cultura de feedback deve ser fortalecida na organização. A comunicação precisa estar bem alinhada e fluir com tranquilidade e naturalidade entre todas as pessoas. Adicionalmente, é importante rever os processos internos e adequá-los às necessidades de validações intermediárias.

Não se trata de aumentar a burocracia, mas de incluir alguns pontos de checagem que ajudem a controlar melhor o andamento das tarefas. Isso ajuda a identificar possíveis desvios com antecedência e a aprimorar a entrega final.

Flexibilize a jornada e o ambiente de trabalho

Jornadas rígidas de trabalho não são nem um pouco atrativas para as pessoas da geração Z. Eles preferem a liberdade de estabelecerem a própria rotina e um espaço para ficarem a sós em alguns momentos que demandem certa concentração.

Os escritórios compartilhados são de grande ajuda nesse sentido. Eles contam com estações compartilhadas, cabines mais reservadas, além de um ambiente todo pensado para estimular a criatividade dos seus frequentadores.

Fomente a diversidade e fortaleça o senso de comunidade

Por fim, tenha programas de incentivo à diversidade. Adapte os processos seletivos e inclua profissionais de todas as raças, gêneros e orientações sexuais. 

Promova encontros para a discussão de assuntos pertinentes ao universo corporativo e às diversidades culturais. Além disso, aproxime essas pessoas no dia a dia da empresa. Ainda os membros da equipe na história da sua marca.

Novamente, um espaço de coworking pode ser um excelente parceiro. Isso porque ele une empresas de diferentes tipos em um único lugar. E os profissionais compartilham os espaços de trabalho, utilizando os escritórios privativos e demais ambientes. A cozinha de um escritório compartilhado, por exemplo, é um local de trocas muito ricas de informações, que podem gerar até novos negócios.

Depois de ler todas essas dicas, a sua empresa estará preparada, não apenas para receber e reter os profissionais da Geração Z, e também para lidar com o futuro do trabalho. Então, comece a implementar algumas mudanças agora e tenha os melhores talentos atuando no crescimento do seu negócio.

Se gostou das dicas, que tal mais uma? Saiba agora o que é um escritório compartilhado e como escolher o ideal para a sua empresa ou projeto.

Natália Fernandes é analista de conteúdo e co-fundadora da Começando na Web.