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[Guest Post] Dá para colaborar?

Guest Post

Se olhamos nosso planeta do espaço é possível ver claramente algo como uma rede, um complexo sistema de sistemas. Com a emergência da internet nos anos 90, vem se tornado cada vez mais possível entender as dinâmicas em rede, observar e mensurar as interações. Relações em rede, compartilhamento e colaboração são tendências que revelam a emergência de uma nova economia, mais colaborativa e compartilhada. Mas será que estamos mesmo prontos para compartilhar e criar redes de networking?

 

A economia tradicional, estabelecida no mundo desde a Revolução Industrial, parte do princípio da escassez. Ou seja, estamos acostumados a olhar para o mundo interpretando-o a partir da ótica de que não existem recursos para todos. Logo, nosso comportamento padrão é de competir, criar hierarquias de controle e criar relações de microgerenciamento.

 

Os novos movimentos econômicos colaborativos partem do princípio da abundância. Assim, ela parte do princípio que existem recursos suficientes para todos, desde que eles sejam bem distribuídos. A partir dessa lógica, os agentes econômicos não agem como controladores, e sim como conectores que colaboram, se autogerenciam e compartilham.

 

Para compartilhar e criar redes de networking eficazes, precisamos nos situar nesse momento de transição. Ainda vivemos em um mundo regido pela economia tradicional, caminhando para novos modelos mais colaborativos. Logo, ao tentar criar estruturas e projetos em rede não podemos rejeitar as dificuldades inerentes ao nosso comportamento competitivo, controlador e fundamentado no controle e escassez. E também precisamos incluir novas formas de colaborar, autogerenciar e compartilhar para criar abundância.

 

Três passos para criar redes colaborativas:

 

  • Não despreze as hierarquias naturais

Se observarmos a natureza, iremos identificar que a colaboração acontece porque “o todo é maior que a soma das partes”. Por exemplo, uma célula pode morrer para que o tecido continue vivo. Em redes colaborativas o mesmo conceito se aplica: é preciso respeitar essa hierarquia natural e criar esse senso comum de que há algo que está acima dos desejos individuais de cada um. Esse é o princípio de uma comunidade ou de qualquer relação humana em que há colaboração, caso contrário iremos agir como seres auto interessados, e não seremos capazes de contribuir com o outro.

 

Por outro lado, se não formos capazes de nos expressar totalmente dentro dessa comunidade, também não conseguiremos colaborar, uma vez que não temos sensação de pertencimento. Se apenas uma parte de nós pode se manifestar naquele ambiente, mais cedo ou mais tarde nossa participação dentro da comunidade irá morrer.

 

Por isso, para criar qualquer relação em rede, é fundamental que ambas as partes expressem suas necessidades, sejam vistas por inteiro, e cheguem a um consenso de que possuem um sonho comum.

 

  • Uma nova forma de se relacionar

Participação, identidade, entendimento e afeto são necessidades humanas, que podem ser resumidas a senso de pertencimento. Para sentirmos que pertencemos a uma rede, precisamos ser vistos e ouvidos, e precisamos trocar o debate pelo diálogo. Não existe colaboração de outra forma.

 

Mas como ainda vemos o mundo sob a lógica de competição e controle, nosso diálogo é pautado em dominar, conquistar e convencer. Para criar redes precisamos aprender a comunicar para nos conectarmos, o que implica ouvir mais do que falar, escutar necessidades e não julgamentos e falar através de uma comunicação empática e afetiva.

 

  • Crie processos

Criar e gerir redes colaborativas é ainda pouco natural, graças ao modo como fomos acostumados a ver o mundo até então. Por isso, salvo exceções, quando tentamos deixar fluir de modo orgânico, é mais provável que as relações morram, a colaboração não aconteça, a rede não se retroalimente e muito tempo seja perdido em relações que não geram retorno real.

 

Além do desenvolvimento de habilidades específicas, é possível criar processos para que você crie projetos palpáveis e possíveis através da colaboração e assim girar a chave da escassez para abundância. É para auxiliar nessa transição que o Movimento Ímpar existe, e para ajudar você a dar os primeiros passos disponibilizamos a versão beta do nosso framework para gestão de rede nesse link.

 

A natureza sempre foi uma grande rede colaborativa, e a internet dá o alcance exponencial as nossas relações. Compartilhar e criar redes de networking é a chave para a abundância, e uma das principais habilidades de futuro. Talvez ainda não estejamos prontos, mas se tenho uma certeza é que estamos chegando lá.

 

Movimento Ímpar

O Movimento Ímpar nasceu para acelerar a transição das cidades para modelos socioeconômicos mais conscientes. Através de uma jornada de três semanas, liderada pelos sócios Raoni Henrique e Marcelle Xavier e apoiada por mentores com ampla experiência, a proposta é promover a formação de líderes criativos que atuam na criação de projetos e ações de transição na cidade.  

 

Marcelle Xavier

Publicitária de formação e escritora de coração, Marcelle Xavier criou o Movimento Ímpar com o propósito de transformar o mundo com o amor, ou ao menos um pedacinho dele. Com uma boa dose de curiosidade e com a crítica na ponta da língua, Marcelle mantém uma mente incessante e uma mão no coração para transformar a si mesmo, sua vida e as pessoas que passam por ela. Ama derrubar as coisas e detesta ter que arrumar depois.

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Colaboração no local de trabalho

coworking

Colaboração é um valor importante para qualquer profissional. E o melhor resultado de um processo colaborativo é quando todos saem ganhando. Mas será que os espaços que estamos inseridos podem influenciar, de alguma maneira, na forma com que agimos?

colaboração trabalho

Sobre o significado de colaboração

Colaboração. Em grego, com e laborare. Em latim, collaboration. Em francês, collaboration.

Os senhores estão anotando?

Brincadeiras a parte, colaboração, ainda falando do latim – com e laborare – significa trabalho em conjunto. Mas para facilitar a vida e trazer as buscas para nossa realidade cotidiana e dermos um google, os dois primeiros resultados serão “ato ou efeito de colaborar” e “trabalho feito em comum com uma ou mais pessoas; cooperação, ajuda, auxílio”. Nem precisa mais explicações, certo?

Vivemos em grupos desde as nossas primeiras civilizações. E para obter melhores resultados em relação a caça, por exemplo, o trabalho colaborativo era fundamental. Com as grandes revoluções, começando pela Industrial, as atividades passaram a ser individualizadas. Mas ainda assim, percebemos hoje que uma etapa dependia da anterior para ser finalizada, mesmo em uma produção industrial, onde cada um precisava fazer apenas uma tarefa isoladamente. Então, mesmo que de forma menos intensa, a colaboração ainda estava presente.

Com o passar do tempo e com o cenário atual de trabalho, com novas oportunidades e tecnologias, volta a necessidade do trabalho co-realizado. Para atender necessidades do próprio mercado, foi necessário que até as grandes indústrias entendessem que que duas cabeças pensam (bem) melhor do que uma. Assim, volta a necessidade de incentivar cada vez mais um ambiente colaborativo. Bom isso, não é mesmo?

Uma via de mão dupla

Já que eu citei o Google como fonte, agora vou mudar a mídia de pesquisa e comentar o que foi dito em um livro, chamado “Peopleware: Productive Projects and Teams”. Seus autores acreditam que, em um panorama geral, as principais vantagens da colaboração são:

  • a redução no tempo para a execução de tarefas
  • melhoria da capacidade de resolver qualquer tipo de problema
  • aumento da capacidade criativa, o bom e velho jogo de cintura
  • estimulo de discussões para tomada de decisões
  • melhoria na comunicação
  • maior aprendizagem
  • auto satisfação
  • estímulo à inovação

E só para constar, eu concordo. Acredito que se aplica para qualquer cenário, seja para uma grande empresa, uma PME, uma startup, um freelancer, um nômade digital e assim vai!

Vamos aos exemplos!

Imagina você, enquanto empresa, tendo um ambiente colaborativo dentro do escritório. Onde seus funcionários interagem entre si. Não apenas dentro de um setor, mas entre os departamentos. Só de estimular a discussão entre eles, você terá soluções pensadas de forma mais criativa e com menos tempo, o que gera uma grande economia. Além de estar ajudando na produtividade dos envolvidos. Com isso, a cumplicidade entre as pessoas também vai aumentar, tornando o espaço mais leve, menos competitivo e mais cooperativo.

Se você não trabalha em uma empresa e possui um equipe menor, é importante que busque agir da mesma maneira e busque lugares que estimulem esse tipo de pensamento. Nada melhor do que começar um projeto já com essa filosofia, concorda? É preciso estimular a troca de ideias, melhorar o poder de comunicação entre as pessoas para que elas tenham capacidade de resolver problemas, mais jogo de cintura e segurança na tomada de decisões. E nada melhor do que ter um equipe mais criativa!

Esses pontos valem também para o profissional autônomo, um freelancer, um nômade digital ou que esteja começando a empreender tirando a ideia do papel. Muitas vezes falta oportunidade de bater um papo com alguém. Então é preciso buscar lugares que tenham outros profissionais que estejam a fim de discutir, compartilhar e colaborar de alguma maneira com você. Nem sempre basta sair para dar uma volta para resolver uma questão. Ás vezes é necessário falar sobre os problemas, para encontrar a solução perfeita!

Em geral, os coworkings podem ajudar nessa missão! Encontrar um escritório que já pense dessa forma já é meio caminho andado. Aqui você encontra diversos deles em todos os lugares e de todas as formas! O resto amigão, é com você! 😉

colaboração meeting

Mais do que um espaço

Ambientes aconchegantes, com boa iluminação e cadeiras confortáveis, podem até ajudar e estimular a colaboração entre as pessoas. Mas não devemos buscar espaços de trabalho apenas com essa visão. Internet em alta velocidade, estações de trabalho divertidas e pessoas legais, não são tudo que espaços podem te oferecer. Os locais de trabalho precisam ter como objetivo reunir e fazer com que as pessoas se conectem de alguma forma. Para assim elas acharem um interesses em comum e criarem uma rede de colaboração, seja ela local ou global.

Como eu já comentei, os coworkings, além do designer convidativo, eles se preocupam com esses aspectos. E um valor que deve ser levado a sério em um lugares como esses é a forma com que lidam com a colaboração. Com espaços compartilhados e se trabalhando de forma a co-criativa, a colaboração se torna uma tarefa fácil entre os empreendedores que estão inseridos naquele contexto.

Você pode nunca ter parado para pensar, mas esses espaços criam, o tempo todo, oportunidades para que as pessoas interajam entre si. Normalmente se tem desde espaços menores, como salas de reuniões e privativas, à locais de comum acesso e lazer, para dar chances para as pessoas interagirem. Eles se preocupam com o contato!

É comum que em grandes corporações as pessoas só se comuniquem quando há algum problema. Quando precisam uma da outra. Para evitar com que isso aconteça, escritórios modernos quebram suas paredes, implementam mesas redondas e estimulam o cara a cara!

 

Acredito que os espaços de coworking estão mudando a forma com que pensamos e trabalhamos. As pessoas hoje estão percebendo que se trabalharmos nas condições certas, aumentamos nossa produtividade e consequentemente nos tornamos pessoas mais realizadas. E claramente a colaboração vem embutida nesse processo. Esses novos espaços ajudam empreendedores e empresas a se sentirem parte de algo maior.

Até a próxima! 🙂

Bárbara Santos

Equipe Vida de Coworking